Competências profissionais RH
Trabalho

10 Competências importantes para profissionais de RH

9 de Maio, 2025

As equipas de recursos humanos representam um papel fundamental nas organizações. Desde recrutar novos talentos, até gerir a experiência dos candidatos e dos colaboradores, passando pela formação profissional, pela definição da política de remuneração e de benefícios extrassalariais, entre outras responsabilidades.

A tudo isto, vai acrescendo a necessidade de os profissionais de RH dominarem áreas como a sustentabilidade, a transformação digital, o bem-estar dos colaboradores e o people analytics.  

Com um espetro de atuação tão alargado, os profissionais de recursos humanos precisam de um conjunto de competências que lhes permitam ser bem-sucedidos nas suas carreiras e contribuir para o sucesso organizacional.

Descubra que competências são essas.

1 – Comunicação efetiva

Uma vez que os responsáveis de recursos humanos funcionam como uma ponte entre a organização e colaborador, e precisam de transmitir necessidades e expetativas em ambos os sentidos, comunicar bem é crucial.

Em diferentes momentos, estes profissionais são chamados a comunicar com os restantes colegas, mas também com candidatos (potenciais colaboradores), líderes, gestores ou com o CEO da empresa. Além disso, podem ter de realizar tarefas como conduzir entrevistas, fazer apresentações e até resolver conflitos.

Como tal, profissionais de RH qualificados têm, necessariamente, fortes competências de comunicação: tanto verbal como escrita, presencial ou online, mais formal ou informal.

2 – Escuta ativa

Ouvir é um elemento-chave em qualquer interação humana. A escuta ativa é o que nos permite estar realmente atentos ao que o outro está a dizer, captar mensagens que podem não ser óbvias no imediato, manter o interesse no outro sem julgamentos nem preconceitos e, em última instância, estreitar relações.

Tendo em conta que o trabalho dos responsáveis de RH é gerir pessoas – gerir as suas necessidades, expetativas, interesses, desafios e singularidades -, saber ouvi-las atentamente é fundamental.

3 – Visão de negócio

Os profissionais de recursos humanos devem procurar dominar os aspetos relacionados com o negócio. Isto implica conhecer a estratégia da empresa, as suas principais prioridades, bem como as características e desafios do mercado no qual a empresa se insere.

Ao terem esta visão, os responsáveis de RH estão mais capacitados para alinhar a estratégia de gestão de pessoas com os objetivos de negócio. Só assim conseguem tomar decisões mais informadas, antecipar a mudança e promover o crescimento global.

4 – Inteligência emocional

Os profissionais que integram os departamentos de RH podem ter de lidar com situações de conflitos entre colegas, situações de preconceito ou discriminação, práticas inadequadas por parte dos gestores ou líderes, preocupação ou descontentamento dos trabalhadores com a carga de trabalho, com a remuneração, entre muitas outras.

Quando os colaboradores expõem estes temas aos responsáveis de recursos humanos, esperam empatia e compreensão. Por essa razão, a inteligência emocional é uma característica muito importante para entender e gerir estas dinâmicas interpessoais e para construir um ambiente de trabalho positivo.

Os profissionais de RH devem ter uma abordagem centrada nas pessoas, escutá-las e demonstrar empatia (ter a capacidade de conseguirem colocar-se no lugar do outro).

5 – Adaptabilidade

Os negócios – e as pessoas – estão em permanente evolução. As empresas precisam de se ajustar à emergência de novas tecnologias, às mudanças no mercado, ao contexto socioeconómico, entre outros fatores. Em paralelo, as pessoas também vão alterando as suas expetativas e objetivos profissionais ao longo do tempo.

Neste sentido, os gestores de recursos humanos devem ter a capacidade de adaptar-se rapidamente às circunstâncias – sejam elas mais ou menos previsíveis – e devem ser agentes ativos na gestão da mudança.

6 – Recrutamento, seleção e onboarding

De acordo com o Global Talent Shortage Survey 2025, do ManpowerGroup, Portugal é o terceiro país do mundo a revelar maior dificuldade na atração de talentos. Encontrar os perfis adequados e contratar profissionais que respondam aos objetivos estratégicos de negócio é um desafio crescente.

Como tal, o recrutamento e seleção de candidatos qualificados surge como uma das competências mais importantes para os responsáveis de RH. Na prática, isto implica ter competências sólidas de comunicação eficaz, escuta ativa, negociação e colaboração.

Estas características devem estender-se ao processo de onboarding, período no qual é necessário garantir que as pessoas recém-contratadas têm uma boa integração e se sentem acolhidas e acompanhadas.  

7 – Colaboração e trabalho em equipa

Garantir uma boa experiência aos colaboradores, desde a sua chegada até à sua eventual saída, não é apenas um trabalho dos departamentos de RH. Os gestores de recursos humanos têm, necessariamente, de trabalhar em conjunto com outras equipas, com líderes de outros departamentos e até com parceiros externos.

Assim, a capacidade de colaborar e de trabalhar em equipa é determinante para qualquer profissional de recursos humanos.

8 – Domínio da tecnologia

Grande parte do trabalho diário de um profissional de RH envolve a utilização de plataformas digitais para recrutamento e seleção, avaliação de desempenho, processamentos salariais, atribuição e gestão de benefícios, entre outras tarefas.

Ter um domínio sólido da tecnologia é crucial para tornar o trabalho de recursos humanos mais ágil e mais eficiente.

Além disso, mais do que estar familiarizado com os procedimentos e plataformas já existentes, é crítico que estes profissionais tenham a proatividade de avaliar, testar e adotar novas tecnologias, como ferramentas de inteligência artificial ou de automação de RH. Desta forma, podem aumentar a sua produtividade, otimizar processos e melhorar a experiência de candidatos e colaboradores.   

9 – Sentido crítico

Os profissionais de RH precisam de ter sentido crítico. É necessário ter essa característica para desenhar e implementar políticas que, por um lado, contemplem os objetivos de negócio da empresa e, por outro, considerem as necessidades de cada colaborador e de cada equipa dentro da organização.

A conciliação destas duas variáveis, e a sua tradução em medidas concretas, é um dos papéis mais importantes dos responsáveis de recursos humanos: construir uma estratégia de gestão de pessoas que suporte a estratégia global da empresa e que, em simultâneo, se baseie no princípio de que as pessoas são o seu ativo mais importante.

Para que isto aconteça, é preciso ter um pensamento estratégico sobre temas como a cultura organizacional, o propósito e os valores da empresa, a gestão e transformação da força de trabalho, a proposta de valor para os colaboradores, entre outros.

10 – Análise de dados

É incontornável que os dados ajudam a tomar decisões. No entanto, e segundo o estudo The Power of Analytics in HR (NTT Data, 2023), apenas 36% das empresas portuguesas têm uma área dedicada a people analytics.

A recolha e análise de dados relacionados com as pessoas e a organização ajudam os gestores de recursos humanos a tomar decisões mais informadas e, por conseguinte, a otimizar as suas estratégias em temas como: a redução do turnover e do absentismo, o aumento envolvimento dos colaboradores, os custos de recrutamento, a satisfação com o regime de trabalho, o desempenho e produtividade, a adoção dos benefícios extrassalariais, entre outros.

Deste modo, é necessário que os profissionais de RH tenham competências que lhes permitam analisar estes dados, trabalhá-los e retirar conclusões que possam ser traduzidas em planos de ação concretos.