Ansiedade financeira: O que é e como combatê-la
4 de Setembro, 2025
Fatores como a instabilidade económica, a incerteza profissional ou o aumento do custo de vida tendem a contribuir para um fenómeno cada vez mais comum: a ansiedade financeira.
Este tipo de ansiedade não escolhe idades, profissões ou níveis de rendimento – pode afetar qualquer pessoa e em qualquer fase da vida.
Mais do que uma preocupação pontual com o dinheiro, a ansiedade financeira é uma condição que pode comprometer o bem-estar emocional, a saúde física e a qualidade das relações pessoais.
Mas há formas de a reconhecer, compreender e, sobretudo, de a combater. É isso que pode descobrir connosco neste artigo.
O que é a ansiedade financeira?
A ansiedade financeira é um estado persistente de preocupação, medo ou desconforto relacionado com a situação económica pessoal. Pode manifestar-se mesmo em pessoas com rendimentos estáveis e pode estar associada a situações atuais que estão a afetar as finanças da pessoa ou a situações potenciais no futuro, tratando-se da antecipação de dificuldades.
A nível mental e emocional, a ansiedade financeira pode manifestar-se através dos seguintes sintomas:
- Fadiga;
- Irritabilidade;
- Sensação de pânico;
- Inquietação e dificuldades de concentração;
- Perturbações do sono;
- Problemas de memória.
Já em termos de sintomas físicos, podem surgir:
- Dores no peito;
- Dores de cabeça;
- Falta de ar;
- Diarreia ou alterações digestivas;
- Dores musculares e tremores;
- Oscilações de peso.
Como combater a ansiedade financeira?
Existem algumas estratégias que pode tentar adotar, tanto ao nível do seu controlo emocional como ao nível da gestão das suas finanças pessoais, que podem ajudá-lo a reduzir a ansiedade.
1 – Reconheça o que sente e fale sobre isso
O primeiro passo para lidar com a ansiedade financeira é reconhecer que ela existe. Ignorar ou minimizar o problema apenas prolonga o desconforto. Falar sobre o que sente com alguém de confiança – um amigo, familiar ou profissional – pode aliviar a pressão e ajudar a ganhar perspetiva.
Escrever sobre as suas emoções ou identificar os momentos em que se sente mais ansioso pode ser um exercício útil para compreender os gatilhos dessa ansiedade e começar a trabalhar sobre eles.
2 – Faça um diagnóstico da sua situação financeira
A ansiedade financeira está muitas vezes ligada à incerteza. Por isso, é essencial ter uma visão clara da sua realidade económica.
Recolha toda a informação sobre os seus rendimentos, despesas, dívidas e poupanças: todas as fontes de receita e todas as despesas. Um simples orçamento mensal pode ser um instrumento poderoso para recuperar o controlo e tomar decisões mais informadas.
3 – Trace um plano para as suas finanças
Depois de identificar os principais fatores de stress – seja o excesso de dívidas, a instabilidade dos rendimentos ou a ausência de poupança -, defina objetivos concretos. Esses objetivos podem passar por reduzir despesas, renegociar créditos, automatizar a poupança ou procurar fontes de rendimento adicionais.
Ter um plano estruturado, com metas realistas e prazos definidos, ajuda a transformar a ansiedade em ação.
4 – Construa um fundo de emergência
Um dos maiores fatores de tranquilidade financeira é saber que está preparado para o inesperado. Um fundo de emergência – idealmente que consiga cobrir o equivalente a seis a doze meses de despesas – funciona como uma rede de segurança em casos de situações imprevistas, como desemprego, doença ou outras.
Mesmo que comece com pequenas quantias, o importante é criar o hábito de poupar regularmente.
5 – Não se isole
A ansiedade tende a alimentar-se do silêncio e do isolamento. Manter-se ligado a familiares, amigos ou colegas é fundamental para preservar o equilíbrio emocional.
Partilhar preocupações, manter rotinas e procurar atividades que proporcionem bem-estar, como o exercício físico, por exemplo, são formas eficazes de reduzir o impacto da ansiedade.
6 – Aposte na sua literacia financeira
Muitas vezes, a ansiedade financeira é resultado de uma baixa literacia financeira. Compreender conceitos básicos de finanças pessoais – como juros, orçamento, crédito ou investimento – permite tomar decisões mais conscientes e evitar erros que podem tornar-se caros.
Existem hoje inúmeros recursos, desde cursos online de instituições financeiras, a livros, passando por podcasts com conteúdos educativos e associações de consumidores. A literacia financeira é uma ferramenta de autonomia e prevenção.
7 – Procure ajuda especializada
Se sente que não consegue lidar sozinho com a situação, não hesite em procurar apoio profissional. Existem entidades como o Gabinete de Proteção Financeira da Deco Proteste que prestam aconselhamento gratuito ou acessível.
Em casos mais complexos, o acompanhamento psicológico pode ser fundamental para lidar com os efeitos emocionais da ansiedade financeira.
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